O protetor de tireóide é uma placa feita de chumbo, que é usada ao redor do pescoço na realização de exames radiológicos. Com sua densidade e material, ele é capaz de evitar a contaminação por radiação no momento do raio-x. Porém, esse recurso já gerou grande discussão no âmbito da medicina, pois foi sugerido que ele pudesse causar câncer.
Há alguns anos, uma mulher divulgou que a mamografia, exame fundamental para diagnosticar o câncer de mama, poderia aumentar o risco do surgimento de câncer de tireóide. Isso porque em um suposto vídeo, Drauzio Varella teria afirmado que os profissionais responsáveis pelo exame não estariam oferecendo um protetor de tireóide.
Muito pelo contrário, este equipamento é essencial para a proteção de indivíduos durante procedimentos delicados e sensíveis como uma radiografia. Nesse post iremos explicar porque a ideia de que não usar o protetor de tireóide pode ocasionar o aparecimento de doenças como câncer é equivocada.
A relação com o câncer de mama
A relação entre a ausência do protetor de tireóide como agente causador do câncer de mama é apenas um boato, de acordo com o oncologista Drauzio Varella. Ele afirma que os raios emitidos durante um exame de mamografia atingem somente os seios e, a dose que se espalha para outras regiões é considerada insignificante.
Em uma entrevista que deu à BBC News Brasil, o oncologista ressalta que, se for de interesse da mulher usar o protetor de tireóide durante o procedimento, é um direito. Porém, é equivocado pensar que a ausência da proteção irá culminar em um câncer na tireóide.
Mamografias podem causar câncer?
Logo quando o boato sobre o protetor de tireóide surgiu na mídia, a Comissão Nacional de Mamografia lançou uma nota informando que casos de câncer após uma mamografia acontece uma vez a cada 17 milhões de mulheres que possuem de 40 a 80 anos. A dose de radiação emanada durante o exame é menor que 1% da dose recebida pela mama, o que é equivalente a 30 minutos de exposição ao Sol.
O que acontece é que, muitas vezes, o ultrassom de tireóide acaba por mostrar nódulos que nunca irão se manifestar e causam pânico, com a suposição de que se trata de doenças graves. A presença de nódulos benignos na tireóide é comum, principalmente em mulheres. Drauzio exemplifica que, se for feito um ultrassom de tireóide em 100 mulheres, pelo menos 60 terão nódulos. Mas é importante lembrar que isso não significa ter câncer.
Por que não oferecem o protetor de tireóide?
A Comissão Nacional de Mamografia não recomenda o uso do protetor de tireóide, pois ele pode interferir no posicionamento da mama e gerar uma sobreposição, o que pode prejudicar a qualidade da imagem do raio-x e o diagnóstico médico. Assim, será preciso realizar novamente o exame.
Além disso, as tecnologias e modernidades da medicina em relação à mamografia garantem que cada vez menos as mulheres têm sido expostas a quantidades significativas de radiação, e que portanto não há o que temer. Porém, o protetor de tireóide pode ser fornecido caso haja a vontade, para fins de valor psicológico das pacientes.
Para mais dicas e novidades sobre esse ramo, confira nosso blog! Até a próxima.